A maior distância entre os parafusos pode reduzir o risco de necrose do colo femoral a curto prazo, otimizando a estabilidade da fixação em pacientes com fratura do colo femoral submetidos à fixação com parafusos canulados em triângulo
Shengyu Wan, Jian Zhang, Tongzheng Zhang, Lijunpeng Jia, Xiaozhong Luo, Weixiang Shi, Jiaqi Wang, Jingchi Li, Xi Chen & Wenqiang Xu
História
Uma complicação primária associada às fraturas do colo femoral é a necrose da cabeça do fêmur. A instabilidade da fixação é um fator significativo que contribui para o risco elevado de necrose da cabeça do fêmur em pacientes submetidos a procedimentos de fixação interna. Modificações nas estratégias de configuração dos parafusos têm potencial para influenciar substancialmente a estabilidade da fixação. Teoricamente, uma distribuição mais ampla da trajetória dos parafusos pode melhorar a estabilidade angular imediata no pós-operatório. No entanto, ainda não está determinado se essa estratégia de configuração dos parafusos pode efetivamente otimizar a estabilidade da fixação e, consequentemente, reduzir o risco de necrose da cabeça do fêmur.
Métodos
Este estudo envolveu uma revisão abrangente de dados de imagem de pacientes com fraturas do colo femoral. Foi medida a distância máxima entre os parafusos cranial e caudal ao longo da linha de junção entre a cabeça e o colo do fêmur. Essa medida foi então dividida pelo comprimento do colo femoral para calcular o grau de distribuição dos parafusos. As diferenças neste parâmetro foram analisadas estatisticamente entre pacientes com e sem necrose da cabeça femoral. A análise de regressão foi utilizada para identificar possíveis fatores de risco para necrose da cabeça femoral. Além disso, as implicações biomecânicas das variações no grau de distribuição dos parafusos foram simuladas utilizando modelos numéricos tridimensionais.
Resultados
A revisão clínica indicou que pacientes com necrose da cabeça do fêmur apresentaram classificações subótimas na distribuição dos parafusos, as quais foram identificadas como um fator de risco independente para maior probabilidade de desenvolver necrose da cabeça do fêmur. Além disso, constatou-se que a estabilidade da fixação melhora com a otimização da classificação da distribuição dos parafusos.
Conclusões
O risco de necrose da cabeça do fêmur em curto prazo pode ser efetivamente mitigado pela otimização da distribuição das configurações dos parafusos. Especificamente, o aprimoramento da trajetória dos parafusos com uma distribuição mais ampla, facilitada por um sistema de navegação, pode constituir uma estratégia biomecânica eficaz para reduzir a incidência de necrose da cabeça do fêmur.
Na Figura A, os parafusos estão distribuídos de forma ideal, com consolidação óssea alcançada; na Figura B, os parafusos estão mal distribuídos, resultando em necrose da cabeça do fêmur.

Os autores construíram modelos digitais.

A tensão nos parafusos varia entre diferentes modelos.

Resultados:

Este estudo demonstra que a otimização da estabilidade da fixação e a melhoria da distribuição dos parafusos podem reduzir significativamente o risco de necrose do colo femoral no curto prazo.
Artigo de referência:
European Journal of Orthopaedic Surgery & Traumatology (2026) 36:25 https://doi.org/10.1007/s00590-025-04602-z